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terça-feira, 22 de abril de 2008

Um pouco da história do Zero e a complexidade em se aprender matemática

Um pouco da história do Zero e a complexidade em se aprender matemática


A grande dificuldade que qualquer aluno apresenta em assimilar conceitos matemáticos encontra paralelo com a história da matemática na humanidade. As civilizações que contribuíram para a ciência chegar ao que é hoje passaram por muitos desafios e custos até concluírem o que hoje achamos tão natural.
Com a invenção dos números não foi diferente. Essa foi, talvez, uma das tarefas mais demoradas realizadas pela humanidade. Por volta de 3.000 anos antes de Cristo os sumérios tiveram a idéia dos algarismos rudimentares. Apenas no século V a matemática tomou a forma que conhecemos hoje.
A grande busca intelectual durante todo esse tempo foi a busca do zero. Georges Ifrah, no livro “História Universal dos Algarismos”(Nova Fronteira, 1997) diz que “Se se quisesse esquematizar a história das numerações, dir-se-ia que é todo caminho que separou o um do zero”. De forma cronológica, o um é o primeiro número a surgir e o zero, quem diria, o último.
O zero, como não poderia deixar de ser, surge por necessidade. Antes do princípio de posição, não era necessário um número nulo e espaço vazio. Quando a posição começa a ganhar importância, como “a primeira casa é da unidade, a segunda da dezena e assim por diante”, o zero tornava-se importante para “empurrar” o número de uma posição para outra.
No início do segundo milênio os sábios da Babilônia esboçaram um conceito de zero. Mais tarde, chineses e astrônomos maias também tatearam alguns conceitos para o zero. Somente no século V, na Índia, surge o antecessor do zero como o conhecemos hoje.
Apenas no início século XIII o zero chegou ao Ocidente, fazendo companhia aos algarismos arábicos, nomeados dessa forma pelo fato dos árabes terem sidos os responsáveis pela transmissão desse sistema numérico. Depois de o uso do dinheiro ter sido quase abandonado na Idade Média, a economia monetária voltava a ser importante e os algarismos arábicos, mais operacionais do que os algarismos romanos, facilitavam demasiadamente os cálculos, dando um tempero aos negócios.
Ifrah eleva o zero à condição de obra-prima: "Nenhum melhoramento da notação dos números fez-se necessário desde que essa numeração perfeita foi inventada". A contrapartida é que essa fronteira, que impulsionou o desenvolvimento das ciências e da tecnologia, exigiu um grau muito mais elevado de abstração. Por isso aprender matemática não é tão fácil. Seria surpreendente se nossas crianças fossem mentalmente equipadas para a matemática da escola. O psicólogo Steven Parker, no seu livro "Como a Mente Funciona" (Companhia das Letras, 1998), conclui que a história da matemática é muito recente para ter marcado o genoma humano.


Vale a visita:

http://www.tvcultura.com.br/artematematica/home.html



Que hoje o dia seja mais belo que ontem e pior que amanhã.Contato: sergiomatematica@yahoo.com.br

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